Cantina

- Por mim pode falar o quanto quiser, onee-san! Também gosto de falar quando to pensando!

*Responde num sorrisão para a menina, não achando nem um pouco ruim aquela falação toda, principalmente porque ele próprio também falava pelos cotovelos, como começou a fazer ao tentar responder Adam.*

- Hum... acho que não. Algo emulado não necessariamente substitui o original. Se fosse tão simples substituir emoções humanas com emuladores creio que não precisariam de nós aqui. Como Kahlua disse, o cérebro humanos é algo além de impulsos nervosos, e por vários motivos, sejam biológicos, fisicos, químicos ou o que mais precise, interpreta e transforma isso tudo em emoções, mas... EI! Não é besteira não, vamos pensar juntos! No fim pode não ser nada disso e estarmos todos errados haha

*Fez um joinha com a mão direita pro rapaz. Hawkmon só estava quieto, tentando acompanhar o raciocínio daqueles humanos, até que se manifestou.*

- Eh... com licença, não sei se minha opinião é de alguma utilidade mas... eu sinceramente acho muito difícil um digimon evoluir muitos níveis sozinho. Se somos derrotados, regredimos ao estágio de ovo e temos que começar tudo de novo. O Andromon, por exemplo, para chegar no nível dele levou muito, muito tempo. No nível perfeito ele já supera a força e inteligência de uma grande parte dos digimons, por isso dependemos tanto dele aqui.

- Então a Tia do Pão também não está errada em dizer que estamos aqui pelos digimons. Vocês precisam de nossa energia extra para agilizar o processo evolutivo, se tornarem mais fortes e resolverem os problemas desse mundo. Você é ótimo Hawkmon, valeu pelas informações, vou fazer o possível pra te ajudar a ficar forte!

*Daniel pegou as asas do Hawkmon e ficou agitando pra cima e pra baixo como cumprimento, animado com o rumo positivo que aquela conversa toda estáva tomando.*

*Kahlua ouviu o que Adam dizia com atenção mas, antes que pudesse responder, Daniel já dera a resposta correta. Era exatamente como ela imaginava, não era uma emulação do tipo "fingir que está rodando ou sendo algo diferente do original", mas "capacitando algo a fazer algo para o qual não foi originalmente designado". Se você colocar um CD de PlayStation em um PC, nada acontecerá. Porém existem emuladores que tornam isso possível. A diferença é que, enquanto o Emulador não estiver rodando, o PC continuará não reconhecendo a mídia digital. A diferença ali residia no fato de que Digimons estão sendo emulados a serem capazes de reconhecer, reproduzir e adquirirem dados sobre informações que originalmente não eram designados a reconhecer da mesma forma que humanos, e os humanos agiam, como parceiros, como emuladores para tornar isso possível. Provavelmente, mesmo se tal coisa funcionar e capacitar até mesmo evoluções, quando os humanos voltarem para casa, na Terra, existiria a chance dos Digimons que ficam sozinhos no Mundo Digital não conseguirem mais repetir o mesmo processo de evolução que antes conseguiam com a ajuda dos parceiros. Aliás... Evolução?*

-Ganimon... Você entende algo sobre essa Evolução dos Digimons que o Hawkmon mencionou? Poderia me explicar?

*Ganimon soltou sua voz fina e fofa e deixou escapar um breve "ooh!", impressionado, como se na sua cabeça não existisse nada que Kahlua não entendesse perfeitamente depois de tantas explicações e feitos fantásticos pelo cérebro claramente imenso da garota. E, mais impressionante ainda para Ganimon, foi ele ser o escolhido para responder algo a ela. O caranguejo se sentia até um pouco intimidado e não queria causar gafes, então deu uma tossidinha proposital e, depois de alguns segundos, tentou respondê-la.*

-H-Hawkmon, se quiser me ajudar a explicar, fique a vontade! Mas... Hmmm... A evolução, para nós, é algo confuso, e até um pouco mistificado. Dizem que é um procedimento não só raro, mas em muitas situações até mesmo impossível. Existem Digimons que jamais ultrapassam seus níveis de Rookie, que é o nível em que nós estamos. Existem muitos que ainda conseguem atingir seus níveis adultos, e o Andromon realmente é um caso extremamente improvável, pois é acima do nível adulto. As únicas coisas que sei de fato é que todos nós nascemos de Digi-tamas, que são ovos de Digimon, e evoluímos relativamente rápido de nossas formas bebês para a que estamos agora. Depois disso, é necessário adquirir informações e dados, pois quanto mais dados, maior o nosso crescimento. Dizem que derrotar digimons em batalhas e absorver seus dados é um procedimento válido para crescimento, outros dizem que viajar o mundo e conhecer diversas coisas diferentes também ajuda... Afinal, aqui nesse mundo tudo é dado, portanto toda forma de conhecimento também é uma forma de absorção de dado. Porém ninguém sabe quantos inimigos são necessários derrotarmos para evoluirmos, ou quantas coisas precisamos conhecer para ter dados o suficiente para ir a um estágio evolutivo mais avançado. Acredito que nem mesmo Andromon saiba muito sobre o que aconteceu com ele para isso... sinceramente.

*Kahlua colocou uma mão no queixo e a outra cruzada sobre o abdômen usando como apoio para o cotovelo no braço que subia até o rosto, em posição pensativa com as pernas cruzadas sobre a cadeira que ocupava àquela mesa grande e redonda na qual algumas crianças e Digimons já haviam até se levantado e saído.*

-Tudo nesse mundo é feito de dados... A gente ainda não conhece nada dele. Nem saímos de dentro dessa base... *Kahlua então vira para as crianças engajadas naquela conversa com ela e, timidamente com as bochechas mais coradas que sapatos de palhaço, tremula as mãos e gagueja até conseguir soltar uma pergunta bem incomum para sua personalidade.* ... O... O-o que acham d-de... C-conhecermos... Lá... Lá fora...?

-Aham. Tudo isso ai que vocês falaram tem um nome.

*Luka agarra Vorvomon com um braço e com o outro livre leva a mão ao queixo, apoiando o mesmo entre o dedão e o indicador. Estava certo que já tinha visto esse conceito. *

-É o poder da amizade. Os laços que formamos e as experiencias que teremos, nos farão mais fortes!

*Ele realmente estava falando sério. O cara tinha 110% de certeza. Ele tinha tanta certeza nisso quanto ele tinha que o céu era azul e que Vorvomon estava morrendo de vergonha do que ele falou, que aquilo tudo que eles estavam falando era o poder da amizade. Vorvomon - que ainda estava preso pelo aperto de Luka  - não conseguia sair dali. Pra quem tinha aqueles braços finos o cara tinha uma força surpreendente. O que Luka falou era bem em linha com o que os outros tinham falado *

-Surpreendente.

*Luka vira para seu parceiro, um pouco confuso.*

-...Até que fez sentido o que você falou.

*A sugestão de Kahlua era o que estavam esperando para dar uma volta e treinarem como tinham falado, Vorvomon vira a cabeça e dá uma mordida - "MEU BRAÇO" - no braço que o estava prendendo e pula do banco*

-Bora pessoal. O cara aqui tá fazendo sentido, realmente precisamos treinar, alguma coisa séria vai acontecer em breve.

*Luka segue Vorvomon, ainda acariciando seu braço que foi mordido*

- Hum... Basicamente, um digimon tem várias formas e essa forma depende do nível em que o digimon está, e quanto maior o nível, mais dificil fica. Para humanos que nunca viram evolução digimon parece complicado mas, creio que quando acontecer vão compreender melhor o que estamos dizendo...

*Hawkmon não sabia mais como explicar evolução, pois Ganimon já tinha falado quase tudo. Então realmente achou que era o tipo de coisa que se entende melhor vendo presencialmente do que só explicando. Vendo que não sairiam mais do lugar, Daniel ficou em pé na cadeira para se destacar e apontou para a porta, todo animado.*

- Então é hora de sair daqui e explorar! Já passamos tempo demais aqui pensado, bora todo mundo lá pra fora testar nosso poder da amizade!

*Mal acabou de dizer aquilo e já pulou da cadeira para o chão, indo correndinho na direção da porta mas ainda esperando o resto do grupo, até que todos saíram para os corredores.*